7 de março de 2016

Módulo - Auto e Hetero-conhecimento e Gestão de Expectativas


   

Testemunho - Participantes



Hoje decidi relembrar-me de como começou esta aventura que está a ser a segunda edição do Saber Ser Saber Fazer. 

Era Novembro, já fazia frio e alguns de nós (Formandos e Formadores) ainda estávamos a tentar acertar com os caminhos para chegar Associação. 

Para começar o nosso percurso de formação em sala, fomos acolhidos gentilmente pela Maria Albertina Nogueira, nossa primeira Formadora.Estávamos naturalmente intimidados e encolhidos nas nossas “conchas”. Ainda não conhecíamos nem colegas, nem Formadores. Era um ambiente novo e, como tal, ainda sob investigação meticulosa. Sei que só devo falar por mim, mas verifiquei, passadas algumas semanas, que os meus colegas relatavam sensações semelhantes. Ou pelo menos, assim o entendi.Era, então, tempo de começar a quebrar o gelo e promover empatia. O tema era adequado e a abordagem da Formadora foi incisiva, com dinâmicas de grupo para iniciar e fechar cada sessão. Dançou-se, cantou-se e sorriu-se bastante. Olhou-se com olhos de ver e ouviu-se com ouvidos de ouvir. E depois, foi tempo de começar a trabalhar. 

Das sessões deste módulo, guardo vários modelos de análise da personalidade. Interessaram-me particularmente as questões da introversão-extroversão, estilos de comunicação, com enfâse no desenvolvimento da assertividade, em detrimento da manipulação e agressividade. E, finalmente, achei interessante a questão das bases motivacionais dominantes de cada pessoa. Fiquei a perceber melhor, o que me motiva e porque se torna, por vezes, difícil lidar com pessoas que têm bases motivacionais dominantes diferentes da minha. Aqui, vou entrar em mais pormenor, porque me parece útil. Falou-se das 3 bases motivacionais dos seres humanos. A saber: Poder, Êxito e Afiliação.

Não serei imparcial de todo no que escrevo de seguida, mas o que entendo disto é que quem se move por “Poder” - leia-se dinheiro, estatuto, autoridade e imagem - age de forma muito distinta de quem se move por “Êxito” - leia-se muito trabalho grande satisfação com resultados e progressos académicos e/ou profissionais - ou por “Afiliação” - leia-se vontade de pertencer aos grupos em que se age e de trabalhar para o bem-estar comum. A grande sabedoria parece-me estar em gerir a diversidade para que pessoas com bases motivacionais diferentes funcionem bem, quando trabalham em equipa. 

Por fim, e no que respeitou à temática de “Gestão de Expectativas”, dei especial atenção à questão do Locus de Controlo Interno ou Externo. Analisando esta variável da personalidade, é possível perceber melhor como cada um gere as suas expectativas de vida e também como interage com os outros à sua volta. Olhando por este ângulo, tornou-se mais claro para mim que começar, incentivar ou deixar-se voltar a cair em estratégias de vitimização, pode fazer mais mal do que bem. Andar a por as culpas nos outros – leia-se o colega, o chefe, o governo, o cão do vizinho, enfim, qualquer coisa que mexa – é de quem ainda tem o locus de controlo externo e, acima de tudo, muita vontade de se perder nesse marasmo. Admito que, também eu, ainda vou caindo nessa armadilha, mas levanto-me logo a seguir e saio a correr!! E o importante é que se vá caindo cada vez menos e que a seguir se recupere em grande estilo ☺.

E foi tudo isto que trouxe comigo deste módulo.
Obrigada aos colegas e à Formadora.
Agradeço também o “tempo de antena” a quem tiver lido este meu resumo narrado destes dias de formação.

Texto escrito - Matilde

Referências bibliográficas:

Morin, Edgar - Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro 3a. ed. - São Paulo:
Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001;
Gardner, H. - Frames of mind. New York: Basic Books Inc., 1985;
Berne, Eric - Games People Play – The Basic Hand Book of Transactional Analysis. New York: Ballantine Books , 1964;
Rotter, J. B. - Generalized expectancies for internal versus external control of reinforcement, Psychological Monographs: General and Applied, 1966

1 comentário:

  1. O (re)posicionamento do locus de controlo no nosso interior é já um grande passo no sentido da inteligência emocional! :-)

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